Anúncio

Entre os palcos e a sala de aula: conheça a história de Marcella Carvalho

por Pedro Henrique Oliveira

Publicado em 10 de agosto de 2022 às 09:46 / Atualizado em 23 de setembro de 2022 às 08:29

A música acompanha ela desde os sete anos de idade, mas, além de soltar a voz nas festas de Guarapari, Marcella Carvalho carrega uma história de luta e dedicação à educação. Filha de professora, a mineira de São Sebastião do Maranhão formou-se em Direito, porém foi na Pedagogia que ela encontrou a oportunidade de oferecer a crianças com algum tipo de deficiência o ensino que a filha dela, Maria, não recebeu nas escolas pelas quais passou. Confira a entrevista:

Vamos começar falando da sua vida em São Sebastião do Maranhão. Por que você decidiu cursar Direito?

Por estímulo da minha mãe e do meu irmão, fui morar com ele em Caratinga, cidade que ele escolheu estudar. Na verdade, eu fui fazer companhia para ele, aí acabou que passei em Direito e comecei a estudar. Morei alguns anos lá, me casei, meu relacionamento não deu muito certo e aí eu resolvi tentar a vida em outro lugar. Fui para Montes Claros e depois de dois anos vim para Guarapari. Cheguei aqui encontrei a mesma mantenedora da minha faculdade e decidi terminar o curso, mais uma vez por estímulo da minha mãe. Atuei durante um tempo, mas ficou um pouco saturado e resolvi fazer outra faculdade.

E hoje você dá aulas?

Sim. Eu fiz Pedagogia porque eu nunca consegui que, de fato, a educação fosse dada à minha filha da forma correta, pelo fato de ela ser especial. Então, eu queria me aprofundar um pouco mais para saber o que era a educação e quais direitos ela tinha. Eu já havia feito uma faculdade de Direito, mas não tinha muita ciência em relação aos direitos à educação que ela tinha. Muitas vezes eu era vista como negligente por não enviá-la para a escola, mas as escolas, infelizmente, não dão toda a assistência que a criança precisa.

Eu fui estudar para ver o que poderia fazer, não por ela, porque hoje ela já é adulta, mas pelos filhos de outras pessoas que precisam. Hoje eu sou professora de inglês, pós graduada em língua inglesa, e uso tudo que eu aprendi nas faculdades de Direito e Pedagogia para poder proporcionar uma educação de qualidade para crianças que têm algum tipo de síndrome.

Eu fiz Pedagogia porque eu nunca consegui que, de fato, a educação fosse dada à minha filha da forma correta, pelo fato de ela ser especial. Então, eu queria me aprofundar um pouco mais para saber o que era a educação e quais direitos ela tinha.

Quando você percebeu que cantava e que tipo de música te influenciou?

Eu morei na roça até os 16 anos e a gente ouvia muito era sertanejo. Meu irmão tocava teclado e a gente montou uma dupla, Laudo & Marcella. Fazíamos shows em festinhas na região, quermesses de igreja e começaram a gostar, nos contratavam para cantar em outras cidades, e foi aí que eu comecei a entender. Até então não tínhamos noção, porque a gente ia por farra.

Você chegou a lançar algum material por conta própria?

Lancei. Cheguei a montar uma dupla sertaneja, mas meu parceiro resolveu ir para São Paulo depois que o trabalho estava todo pronto e eu não tive como divulgar mais. Eu tenho vontade de fazer solo, eu componho algumas coisas, mas a produção é muito cara. Tem que pagar o estúdio e cada música. É difícil.

Como você começou a carreira de cantora em Guarapari?

Eu vim de Montes Claros com uma banda. A gente tinha o mês de junho e julho fechados com 28 shows. Nas minhas andanças descobri que tinha a minha faculdade aqui e resolvi ficar. Eu não tive muitas oportunidades na época porque eu não conhecia ninguém. Até que um dia eu estava na Praia do Morro, na época os quiosques ficavam lotados com música ao vivo, e eu pedi para dar uma palhinha e o pessoal elogiou. Deixei meu telefone, o dono me ligou e me chamou para fazer umas músicas lá de vez em quando. No final dos dois meses, o pessoal da banda foi embora e eu fiquei.

Num belo dia o pessoal do Multiplace Mais estava lá nesse quiosque, eu dei meu cartão e um CD para eles. Me convidaram para fazer um show no dia do meu aniversário, estava lotado, muitos músicos e empresários assistindo e eu fui chamada para fazer os primeiros verões da Multiplace Mais. Foi uma vitrine muito grande e a banda passou a fazer outros tipos de eventos, como casamento e aniversários.

O que você pensa para o futuro da sua carreira? Entre cantar e lecionar, qual é a sua prioridade?

A prioridade na minha vida é a Maria. O que for para o bem dela. Quando eu resolvi ficar aqui [em Guarapari] foi para o bem dela, tem a praia, que é e uma das diversões que ela mais gosta. Eu já fui muito apaixonada pela música no sentido de só querer viver de música e achar que era o suficiente, mas quando a música faltou, eu precisei ir para outros lados, não foi fácil mas, graças a Deus, o trabalho supriu. Onde a Maria estiver bem, eu estou bem.

Marcella Carvalho

Instagram: @cantoramarcellaoficial

WhatsApp: (27) 98841-9222

Veja também

Baile da Sou - Capa de Informe

Patrocínios validam prestígio da 2ª edição de evento da revista SOU

O Baile da Sou – a festa continua – acontece no dia 25 de maio

argeoneherbst_parquepedraazul_domingosmartins_es_40733020655_o

Conheça cinco passeios apaixonantes para fazer no Espírito Santo

WhatsApp-Image-2024-04-19-at-09.33.19

ES Gás investirá R$ 50 milhões na implantação de rede de gás em Guarapari

mulher-lendo

Dia Mundial do Livro: confira 8 obras sobre saúde feminina para melhorar a relação com seu corpo

Moqueca-servida-em-Anchieta_9070

Rota dos Sabores: Espírito Santo tem diversidade gastronômica para todos os gostos

doações RB capa

Escola Rui Barbosa une solidariedade e carinho em forma de doações

Campanha para arrecadar roupas e calçados ganhou traço marcante da escola